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Dezembrite afeta saúde emocional de mulheres, alerta psicóloga Maiumi Souza

  • contatovilasboas
  • há 6 dias
  • 2 min de leitura
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Exaustão, sobrecarga e pressão social aumentam no fim do ano; estresse pode subir até 80%

A chegada de dezembro marca o encerramento de um ciclo, mas também um aumento significativo das demandas emocionais e sociais. Popularmente conhecida como “dezembrite”, essa intensificação de exaustão, irritabilidade e sensação de urgência tem ganhado atenção de especialistas. Um levantamento da Sociedade Brasileira de Clínica Médica aponta que o nível de estresse cresce cerca de 75% entre novembro e dezembro, estimulado por prazos, compromissos sociais e pela ideia de que é preciso resolver tudo antes da virada do ano.


O mês também amplia a sobrecarga emocional de mulheres, mães e cuidadoras, que acumulam diferentes jornadas ao longo do dia. Entre as mães negras, o peso é ampliado pela desigualdade estrutural, pelo menor acesso a redes de apoio e pela maior incidência de maternidade solo. Essas pressões aparecem de forma ainda mais evidente no ambiente de trabalho. De acordo com a International Stress Management Association (ISMA), até 80% das pessoas economicamente ativas apresentam níveis mais altos de estresse, ansiedade e sintomas emocionais no fim do ano, resultado direto da sobrecarga de atividades e expectativas acumuladas.


Para a psicóloga Maiumi Souza, especialista em Gestalt-Terapia e Desenvolvimento Infantil, a dezembrite não é um exagero, mas um reflexo da maneira como a sociedade organiza o cuidado e distribui responsabilidades. “A dezembrite é o corpo dizendo que não é possível sustentar indefinidamente a lógica da exaustão. Esse período intensifica demandas que já são desiguais ao longo do ano, principalmente para mulheres que cuidam, mães solo e mulheres negras. Não é apenas sobre organizar a agenda, mas sobre reconhecer que nenhuma subjetividade suporta a combinação de autocobrança, falta de rede e expectativas sociais que não consideram o cansaço real do cotidiano”, afirma.


A especialista destaca que sintomas como irritabilidade, dificuldade de concentração, alterações no sono, lapsos de memória e sensação constante de urgência tendem a se agravar em dezembro. Ela explica que a combinação entre exigências profissionais, convivências familiares e cobranças internas cria um ambiente emocional que pode aprofundar quadros de ansiedade e esgotamento, especialmente quando o apoio social não acompanha as demandas.


Sobre Maiumi Souza

Maiumi Souza é psicóloga, especialista em Gestalt-Terapia e Desenvolvimento Infantil, com atuação voltada à saúde mental de mulheres, crianças e famílias. Sua prática integra saberes da neurociência, psicologia do desenvolvimento e estudos sobre trauma, sustentando uma escuta ética que considera raça, gênero e classe como dimensões indissociáveis da experiência psíquica. Foi docente em cursos de cuidado perinatal e contribui para o fortalecimento do protagonismo negro na saúde. Acredita que cuidar do início é cuidar do que sustenta a vida.


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 Caroline Vilas Bôas E-mail: contato@carolinevilasboas.com.br 



 
 
 

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